Neste ano o colégio Estadual Francisco da Conceição Menezes irá na semana da Consciência Negra homenagear o cantor e compositor Edson Gomes, para tanto iremos estudar algumas de suas músicas relacionando com a realidade do nosso dia a dia. Iniciaremos com a leitura da entrevista abaixo retirada do site: www.overmundo.com.br/overblog/o-polemico-edson-gomes-1 - 49k
O polêmico Edson Gomes
Thysa Jackes · Salvador (BA) · 3/7/2006 16:11
O "reggae protesto", se assim podemos definir, é uma de suas características. Apesar disso, ele afirma que nunca se envolveu diretamente com política. No máximo shows em campanhas e [pasmem!] nem sempre para os chamados partidos que defendem os interesses do povo. "Já trabalhei mais para a direita do que para a esquerda. Eu era criticado por trabalhar para a direita, mas a esquerda não me dava espaço", desabafa.Sobre a atual gestão do Brasil ele não pestaneja: "O PT era maravilhoso até virar governo. Hoje quem nos defende - o PFL, por exemplo - era quem nos oprimia", observa. "Só fazem discurso, que é bonito, mas precisa ir além. Não digo serem perfeitos porque perfeição é idiotice, mas podem pelo menos se aproximarem do próprio discurso", continua. Em relação aos poucos shows que realiza, Edson justifica: "a música que eu faço não atende ao sistema. Contraria o objetivo dos dominadores. Ela é preocupada com os problemas sociais. Desmente os dominantes que dizem se preocuparem e por isso fica de fora da maioria dos eventos do governo.” O cantor está, por exemplo, há dez anos sem tocar em sua terra natal, Cachoeira [há 110 quilômetros de Salvador]. "Para ficarem isentos da crítica pública, para dar uma satisfação ao povo que pede meu show, eles oferecem um cachê pequeno e aí eu não toco", explica. "Só entrei no Festival de Verão, por exemplo, porque Mauricio Magalhães [até então diretor da empresa responsável pelo evento] é meu fã.", revela. Reggae “A Bahia tem muito grupo de reggae bom, mas a galera não está conseguindo manter o diálogo, manter a pegada", afirma. "Falta consciência. Fica parecendo que o reggae é modismo", completa. "As letras falam de tudo sem direção, é reggae só na melodia", alfineta. Para Edson, seu irmão, Edd Brown, e Cristal são os novos representantes na Bahia do reggae "propriamente dito".
Mas nem todos entendem o papel do reggae. Nem mesmo o povo. Certa vez, na década de 80, foi hostilizado em uma comunidade. "As pessoas queriam ver Luiz Caldas, que era quem fazia sucesso na época. Ficaram decepcionados quando viram que o show era meu", conta. "E isso que eu cantava para eles, representando eles", lamenta. Se os representados nas letras não ouvem - ou não entendem - a mensagem, o cantor encontrou em outra classe seu público. "Hoje a classe média ouve reggae com consciência", afirma. O motivo? "Eles ficaram sem referência musical. Seus antigos ídolos, Raul [Seixas], Caetano [Veloso], a Tropicália, enfim, todos aderiram ao sistema". "Hoje esses artistas, que eram referência, precisam se juntar aos novos para terem espaço", opina. Edson salienta também a importância de explorar a música como disseminador de ideais. "A música é o veículo mais poderoso que rádio e tevê. Ela fica na mente", justifica. "A música pode levar as pessoas à reflexão", acrescenta.Carnaval : E os trios elétricos com reggae, não seria uma maneira de levar consciência ao povo? Para ele, reggae no carnaval só se for em um palco digno. "O que adianta sair em trio elétrico em um horário que não tem mais ninguém na rua?", questiona. "Queremos apenas um palco digno. Algo como o palco do rock, em Ondina", pede. Se dependesse dele, ninguém do reggae participaria do Carnaval da forma que vem sendo feito. "O que acrescenta na vida profissional desses grupos tocar no Carnaval?", completa. "Reggae no carnaval não tem gosto. Até um pão com manteiga tem mais gosto", brinca. "A gente não tem nada a ver com carnaval. O carnaval é do axé. Não vamos competir com eles", finaliza.
O polêmico Edson Gomes
Thysa Jackes · Salvador (BA) · 3/7/2006 16:11
O "reggae protesto", se assim podemos definir, é uma de suas características. Apesar disso, ele afirma que nunca se envolveu diretamente com política. No máximo shows em campanhas e [pasmem!] nem sempre para os chamados partidos que defendem os interesses do povo. "Já trabalhei mais para a direita do que para a esquerda. Eu era criticado por trabalhar para a direita, mas a esquerda não me dava espaço", desabafa.Sobre a atual gestão do Brasil ele não pestaneja: "O PT era maravilhoso até virar governo. Hoje quem nos defende - o PFL, por exemplo - era quem nos oprimia", observa. "Só fazem discurso, que é bonito, mas precisa ir além. Não digo serem perfeitos porque perfeição é idiotice, mas podem pelo menos se aproximarem do próprio discurso", continua. Em relação aos poucos shows que realiza, Edson justifica: "a música que eu faço não atende ao sistema. Contraria o objetivo dos dominadores. Ela é preocupada com os problemas sociais. Desmente os dominantes que dizem se preocuparem e por isso fica de fora da maioria dos eventos do governo.” O cantor está, por exemplo, há dez anos sem tocar em sua terra natal, Cachoeira [há 110 quilômetros de Salvador]. "Para ficarem isentos da crítica pública, para dar uma satisfação ao povo que pede meu show, eles oferecem um cachê pequeno e aí eu não toco", explica. "Só entrei no Festival de Verão, por exemplo, porque Mauricio Magalhães [até então diretor da empresa responsável pelo evento] é meu fã.", revela. Reggae “A Bahia tem muito grupo de reggae bom, mas a galera não está conseguindo manter o diálogo, manter a pegada", afirma. "Falta consciência. Fica parecendo que o reggae é modismo", completa. "As letras falam de tudo sem direção, é reggae só na melodia", alfineta. Para Edson, seu irmão, Edd Brown, e Cristal são os novos representantes na Bahia do reggae "propriamente dito".
Mas nem todos entendem o papel do reggae. Nem mesmo o povo. Certa vez, na década de 80, foi hostilizado em uma comunidade. "As pessoas queriam ver Luiz Caldas, que era quem fazia sucesso na época. Ficaram decepcionados quando viram que o show era meu", conta. "E isso que eu cantava para eles, representando eles", lamenta. Se os representados nas letras não ouvem - ou não entendem - a mensagem, o cantor encontrou em outra classe seu público. "Hoje a classe média ouve reggae com consciência", afirma. O motivo? "Eles ficaram sem referência musical. Seus antigos ídolos, Raul [Seixas], Caetano [Veloso], a Tropicália, enfim, todos aderiram ao sistema". "Hoje esses artistas, que eram referência, precisam se juntar aos novos para terem espaço", opina. Edson salienta também a importância de explorar a música como disseminador de ideais. "A música é o veículo mais poderoso que rádio e tevê. Ela fica na mente", justifica. "A música pode levar as pessoas à reflexão", acrescenta.Carnaval : E os trios elétricos com reggae, não seria uma maneira de levar consciência ao povo? Para ele, reggae no carnaval só se for em um palco digno. "O que adianta sair em trio elétrico em um horário que não tem mais ninguém na rua?", questiona. "Queremos apenas um palco digno. Algo como o palco do rock, em Ondina", pede. Se dependesse dele, ninguém do reggae participaria do Carnaval da forma que vem sendo feito. "O que acrescenta na vida profissional desses grupos tocar no Carnaval?", completa. "Reggae no carnaval não tem gosto. Até um pão com manteiga tem mais gosto", brinca. "A gente não tem nada a ver com carnaval. O carnaval é do axé. Não vamos competir com eles", finaliza.
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